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(SILVA FREIRE, Trilogia cuiabana, vol.1, p.29, 1991)

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Setembro Freire - Literatura de Silva Freire ganha ‘vida’ no Museu Histórico

17/09/2015 às 09:35

O jeito cuiabano de ser, a hipocrisia da sociedade, os apelidos típicos. Todo esse universo que, muitas vezes, passa despercebido no cotidiano da cidade foi compilado pelo poeta cuiabano, Benedito Sant’Ana da Silva Freire e está contido nos livros da ‘Trilogia Cuiabana’, obras que fez em parceria com o também poeta e artista gráfico, Wlademir Dias-Pino, hoje radicado no Rio de Janeiro. Coisa de consultar na biblioteca um dia? Não. A poesia desses dois, este mês, se esparrama pela Capital e traz aúfa de atrações para que a população conheça a riqueza da literatura mato-grossense no Circuito Cultural Setembro Freire, evento que começou dia 2 e, apesar do nome, vai até 31 de outubro.
 
Uma dessas atrações, que traz a literatura de Freire e Dias-Pino de volta ao cotidiano da cidade, ocorre na noite desta sexta-feira (18.09), às 20h, no Museu Histórico de Mato Grosso. Trata-se da peça ‘Bugrinho’, com entrada franca, encenada pela Cia de Teatro Cena Onze. Conforme explica o diretor do grupo e coordenador do Museu, Flávio Ferreira, a peça apresentada hoje é um recorte da Trilogia Cuiabana e faz parte de uma peça maior a ser encenada em 2016, toda baseada na obra de Silva Freire.
 
Na peça, o ambiente apresentado ao público traz Dona Janoca, mãe do poeta e explica a origem de seu nome, Benedito, em homenagem ao santo homônimo. Depois vêm as brincadeiras típicas das crianças da época de infância dele e, em seguida, sua juventude, permeada pelos jogos de futebol (com uma narrativa hilariante e que é apresentada em forma multimídia pelos atores), e parte da vida boêmia da cidade com o olhar que Freire tinha sobre a importância das prostitutas para a ‘defesa’ da honra das moças de família. Eram as chamadas ‘mulheres de utilidade pública’.
 
A filha de Freire, Daniela, faz questão de salientar que é de muito valor um grupo como o Cena Onze fazer uma produção com um autor regional e atualizar, com outra forma artística, sua obra para as novas gerações. “Uma ação como essa faz com que a sociedade atual saiba que é possível sim obter uma narrativa de mundo diferente a partir de novas imagens e estas serem associadas à realidade. Sabemos de nossa responsabilidade para com o movimento Intensivismo (criado por Freire e Dias-Pino no fim da década de 40 e que ganhou o Brasil na década de 50). Então, somente a família ficar com esse legado seria impossível. Por isso é importante a rede de agentes da Cultura desse estado encampar essa ideia de forma inovadora”, salientou.
 
O escritor e amigo de Freire, Célio da Cunha, disse que Freire é uma ‘logomarca’ que Cuiabá não deve perder. “Ele (Freire) representa um sonho bonito de viver bem, como fazem os índios. Quando digo isso me lembro de um filósofo de educação que dizia que há diferença entre viver bem e viver melhor. O primeiro modo é o que o índio pratica e o segundo o não índio, que pensa mais em ter do que ser. Por isso acho que as crianças e jovens agradecem ao poeta por tornar a educação mais significativa já que ele escreveu em seus poemas mensagens transcedentais”, destacou.
Mais no Museu
Além de conferir a peça Bugrinho, no mesmo local os visitantes também podem conhecer a poesia feita por crianças de escolas públicas baseadas no estudo do Intensivismo, expostas em varais; ter contato com um índice da visualidade poética de Dias-Pino, disposto em painéis em frente à Praça do Museu Histórico e, nos banheiros do espaço, ler parte do que Freire e Dias-Pino leram nos banheiros dos bares e zonas do baixo meretrício da Capital na década de 40. As frases foram artisticamente ‘desenhadas’ pelo grafiteiro Babu78 durante a intervenção ‘Asneira pra besteira’.
 
Para muitos setembros
O Setembro Freire é realizado pela Casa Silva Freire em parceria com o Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e Casa Civil.
Também acreditam na força cultural e pedagógica da empreitada a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso; Sala da Mulher; Prefeitura Municipal de Cuiabá; Tribunal de Contas do Estado e da Universidade Federal de Mato Grosso - Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Vivência. Patrocinam a ação cultural a Gráfica Print e o advogado Amaral Augusto da Silva. O apoio cultural é da Fapemat; RG Dicke; Grupo de Pesquisa em Psicologia da Infância (GPPIN); Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO); Mestrado em Estudos de Linguagem (MEEL); Rede CO3; OAB-MT; Fiemt; Iphan; Seduc; Museu de Arte de Mato Grosso – MA-MT; Museu Histórico de Mato Grosso; Cena 11; Entrelinhas Editora; Livraria Nobel; Casa de Guimarães; Colégio Master; Água Lebrinha; Correia da Costa Advogados; Papelaria Dunorte e Yod Comunicação.

Todas as atividades que compõem o Setembro Freire podem ser conferidas no site www.casasilvafreire.org.br.
 
 

Fonte: Adriana Nascimento - Assessoria CSF

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